Em um mundo em que as tecnologias moldam a forma como vivemos, aprendemos e cuidamos da saúde, entender como nos relacionamos com o ambiente digital tornou-se uma questão essencial. Você sabia que suas habilidades no mundo digital — desde buscar informações de forma crítica até se proteger em ambientes virtuais — vêm sendo tema de pesquisa científica?
É justamente sobre isso que se debruça o projeto de pesquisa coordenado pelo Professor Ivan Pisa, do Departamento de Informática em Saúde da EPM/Unifesp. O projeto tem como foco o desenvolvimento do Teste de Inteligência Digital (IDs), uma ferramenta criada para avaliar de forma abrangente as competências digitais de estudantes e profissionais da área da saúde. A iniciativa surge em um contexto em que termos como alfabetização, letramento e literacia digital são cada vez mais discutidos, mas muitas vezes confundidos entre si.
Enquanto a alfabetização digital se refere à capacidade de usar ferramentas tecnológicas, e o letramento digital envolve a aplicação crítica dessas ferramentas em contextos reais, a literacia digital amplia o olhar: integra aspectos cognitivos, sociais, técnicos e éticos no uso da tecnologia. Já a inteligência digital (ou Digital Intelligence) vai além — representa um conjunto de habilidades que permitem que o indivíduo compreenda, use e se desenvolva de forma equilibrada no mundo digital, incluindo dimensões como identidade, segurança, empatia e uso responsável das tecnologias.
O Teste IDs nasceu da necessidade de compreender melhor essas habilidades e identificar lacunas que possam ser trabalhadas na formação de profissionais da saúde. Avaliar a inteligência digital não é apenas medir o quanto alguém domina aplicativos ou sistemas, mas entender de que forma o uso das tecnologias impacta a prática profissional, a relação com pacientes e a tomada de decisão baseada em evidências.
O desenvolvimento do teste foi motivado pela percepção de que o avanço da saúde digital exige mais do que infraestrutura tecnológica — exige pessoas capacitadas e conscientes no uso do digital. A pandemia acelerou o processo de digitalização da saúde, mas também revelou desigualdades no acesso e na capacidade de lidar com as ferramentas digitais.
Os resultados esperados com o Teste IDs vão muito além da mensuração: eles podem orientar estratégias de ensino e políticas de formação mais alinhadas à realidade tecnológica da saúde contemporânea. Profissões distintas, como Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Medicina, demandam habilidades digitais específicas — e compreender essas diferenças é fundamental para garantir uma educação em saúde mais inclusiva e eficaz.
Ao avaliar a literacia e a inteligência digital de profissionais da saúde, o projeto não apenas mede competências: ele contribui para repensar como a tecnologia pode ser usada de forma ética, segura e humana no cuidado em saúde.
Sobre o projeto
O projeto “Avaliação da Inteligência Digital de Estudantes e Profissionais da Saúde” é coordenado pelo Professor Ivan Pisa e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do edital de apoio à pesquisa científica (processo nº 445310/2023-5). A iniciativa conta com a colaboração de pesquisadores vinculados à Unifesp, e busca contribuir para o desenvolvimento de competências digitais que fortaleçam a transformação digital da saúde no Brasil.
Os resultados do projeto serão divulgados no site da universidade e poderão orientar novas ações de formação em saúde digital.
Para saber mais e participar do estudo, acesse o site do Teste de Inteligência Digital (IDs): https://inteligenciadigital.app.br