Ivan Torres Pisa e Maria Elisabete Salvador apresentaram pesquisas sobre competências digitais e formação profissional em saúde digital no congresso realizado na Uerj
Os professores Ivan Torres Pisa e Maria Elisabete Salvador, do Departamento de Informática em Saúde da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (DIS/EPM/Unifesp), participaram do 12º Congresso Brasileiro de Telessaúde e Saúde Digital (CBTMS 2025), realizado nos dias 16 e 17 de outubro, no campus Maracanã da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Promovido pela Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde (ABTMS), o evento reuniu especialistas de todo o país sob o tema “Educação para a transformação digital na saúde”, discutindo os desafios e oportunidades da integração entre tecnologia, formação humana e políticas públicas no contexto do SUS Digital.
Segundo a presidente da ABTMS, professora Alexandra Monteiro, “o gargalo da tecnologia são as pessoas — é a educação que garante o uso responsável e efetivo das ferramentas digitais”.
Representando a Unifesp, o professor Ivan Torres Pisa apresentou uma série de cinco trabalhos científicos desenvolvidos com seu grupo de pesquisa e colaboradores do projeto Health Digital Intelligence (IDS Test). As apresentações abordaram desde a mensuração de competências digitais em saúde até a criação de modelos estratégicos para padronização e avaliação de serviços de telessaúde no SUS.
Entre os pôsteres apresentados por Pisa e seu grupo, destacam-se:
Literacia Digital em Saúde de Profissionais da APS com o Teste IDS – estudo que mensura o nível de literacia digital de profissionais da Atenção Primária à Saúde, utilizando o Teste IDS como instrumento de diagnóstico e apoio à educação permanente.
Inteligência Digital em Saúde na APS/SUS – resultados do Teste IDS como ferramenta estratégica para identificar competências digitais e orientar políticas de formação profissional em saúde digital.
Letramento, Literacia, Alfabetização e Inteligência Digital em Saúde na Transformação Digital do SUS – análise conceitual que diferencia e articula esses quatro eixos fundamentais da educação digital em saúde.
TMSMM.br: um modelo estratégico para padronização e evolução da telessaúde no SUS – descrição do Modelo de Maturidade de Serviços de Telessaúde, um framework para avaliar o estágio de maturidade de núcleos e iniciativas de telessaúde, alinhado às diretrizes do Ministério da Saúde.
CDHI.br: Taxonomia nacional adaptada para intervenções e serviços de saúde digital no SUS – proposta de classificação nacional para intervenções e serviços digitais em saúde, voltada à organização e interoperabilidade das ações de telessaúde no país.
Durante o congresso, o professor Ivan Pisa enfatizou que a transformação digital na saúde depende tanto da infraestrutura tecnológica quanto do desenvolvimento das competências humanas.
“O avanço da saúde digital exige profissionais capazes de compreender, avaliar e utilizar tecnologias de forma crítica e ética. Nosso grupo tem buscado contribuir com o SUS nesse processo, oferecendo ferramentas abertas de diagnóstico e apoio à formação”, destacou.
A professora Maria Elisabete Salvador, também do DIS/EPM/Unifesp, participou do CBTMS 2025 com o pôster “Para além da saúde: a oferta de especializações no âmbito da saúde digital em diferentes áreas de conhecimento”.
O trabalho analisou a oferta de cursos de especialização com temática de saúde digital registrados no e-MEC entre 2015 e 2025, comparando as áreas de Saúde e Bem-Estar com outras áreas do conhecimento. O estudo identificou padrões de expansão, modalidades de ensino e ênfases formativas, revelando que a saúde digital tem se consolidado como um campo interdisciplinar, que ultrapassa as fronteiras tradicionais das ciências da saúde.
“A formação em saúde digital não é apenas um tema da área médica, mas um movimento educacional que envolve a integração de diversas áreas do saber. Nosso objetivo é compreender como essa expansão pode fortalecer a inovação e a transformação digital no Brasil”, ressaltou a professora.
Além disso, Maria Elisabete Salvador apresentou também o pôster “O ensino em saúde digital na perspectiva docente de cursos de graduação em saúde”, cujo objetivo foi apresentar os achados preliminares de uma pesquisa qualitativa nacional, voltada a compreender as percepções de docentes sobre os desafios e estratégias relacionadas à formação em saúde digital. Esse novo estudo complementa sua linha de pesquisa ao evidenciar a importância da escuta e do engajamento dos professores na consolidação de práticas pedagógicas inovadoras e interdisciplinares no campo da saúde digital.
A presença dos professores Ivan Torres Pisa e Maria Elisabete Salvador no CBTMS 2025 reforça o protagonismo da Unifesp na pesquisa e na formação em saúde digital, contribuindo para o avanço da literacia digital, da educação permanente e do desenvolvimento de políticas públicas inovadoras alinhadas à Estratégia de Saúde Digital 2020-2028.
O congresso também contou com mesas temáticas, apresentações científicas, o Pitch Day (para startups com soluções voltadas ao SUS Digital) e o Ideathon, uma maratona de inovação voltada a estudantes de graduação.
O evento foi um marco no fortalecimento das redes de colaboração entre universidades, serviços de saúde e instituições públicas, destacando a importância da educação como eixo central da transformação digital na saúde.
📍 Saiba mais: cbtms2025.abtms.org.br