Estudantes de Bioengenharia do Instituto Mauá de Tecnologia visitam a Oficina de Impressão 3D e Prototipagem do Laboratório de criatividade, empreendedorismo e inovação em saúde - LABDIS
Visita promove aproximação entre engenharia elétrica e saúde, com foco em simulação clínica, tecnologia aplicada e futuras parcerias institucionais.
No dia 14 de maio de 2025, o professor Julio Lucchi e estudantes da disciplina eletiva de Bioengenharia (ênfase em elétrica), do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), realizaram uma visita técnica à Oficina da Impressão 3D e Prototipagem do Laboratório de Inovação em Saúde - LABDIS da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A atividade teve como objetivo aproximar a bioengenharia da área da saúde e iniciar articulações para pesquisa e desenvolvimento tecnológico em conjunto.
A visita foi conduzida pelo Dr. Paulo Freire, coordenador da Oficina de Impressão 3D e Prototipagem do LABDIS, que recepcionou a comitiva do IMT e a acompanhou em um percurso pelas instalações do Campus São Paulo.
A programação teve início no Centro de Habilidades e Simulação em Saúde (CEHS) da Unifesp, onde os visitantes foram recepcionados pela docente Tania Domingues, coordenadora do Centro, acompanhada pela enfermeira Ana Cristina Tripoloni, por Vinícius Batista Santos docente da Escola Paulista de Enfermagem (EPE/Unifesp) e pela técnica de enfermagem Claudi de Oliveira Silva.
A equipe do IMT conheceu de perto a estrutura do CEHS, que tem como foco o ensino baseado em simulação realística, criando cenários clínicos que reproduzem situações reais de atendimento em saúde. Inicialmente voltado ao treinamento técnico de habilidades, o CEHS evoluiu para uma abordagem centrada na resolução de problemas clínicos, em que os alunos devem investigar, fazer perguntas, analisar sinais e sintomas e chegar a um diagnóstico.
Essas simulações são realizadas com manequins de alta fidelidade, fabricados na Noruega, que reagem a intervenções como ausculta cardíaca e pulmonar, uso de desfibriladores, parto e administração de medicamentos. Os docentes controlam os cenários a partir de uma sala separada, criando variações clínicas em tempo real para testar o raciocínio dos alunos. Um modelo completo desses simuladores pode custar cerca de R$ 500 mil, com manutenção feita exclusivamente pelo fabricante.
“O aluno vivencia o cenário como se estivesse em um ambiente real. Ele precisa agir com responsabilidade, empatia e conhecimento técnico, respeitando a dor e o sofrimento do paciente”, destacou a coordenadora do CEHS.
Após a visita ao CEHS, a comitiva seguiu para a Oficina de Impressão 3D e Prototipagem do Laboratório de Inovação em Saúde do LABDIS. O espaço é dedicado à validação de ideias, ao desenvolvimento de projetos colaborativos e à prototipagem de tecnologias aplicadas à saúde.
Durante a visita, foi discutida a possibilidade de desenvolver projetos conjuntos, especialmente voltados à testagem de dispositivos e equipamentos criados pelos alunos do IMT. A proposta é estabelecer um acordo de cooperação tecnológica sem repasse de verba, permitindo a troca de experiências, validação científica e o desenvolvimento de soluções para desafios reais do setor da saúde.
O representante do IMT, professor Julio Lucchi, destacou que a parceria representa uma oportunidade estratégica de atuação para estudantes e pesquisadores da área de bioengenharia, uma vez que fabricantes de simuladores com esse nível de especificidade ainda são bastante restritos no Brasil.
No entendimento do anfitrião da visita, Dr. Paulo Freire, a parceria com o IMT é extremamente promissora, pois preenche uma lacuna importante e amplia o potencial de impacto dos projetos conduzidos no laboratório.
Segundo a Dra. Linda Bernardes, coordenadora do LABDIS, “inovar em saúde é, antes de tudo, construir pontes. A inovação nasce da escuta, da parceria e da vontade de transformar. Ao conectar instituições, saberes e experiências diversas, abrimos caminho para soluções com impacto real, duradouro e alinhadas aos desafios do nosso tempo.”
A docente Rita Maria Lino Tarcia, vice coordenadora do LABDIS, destaca que "a visita do IMT ao LABDIS simboliza um movimento de aproximação entre ensino e prática que fortalece tanto a cultura da inovação colaborativa quanto o papel pedagógico dos espaços formativos voltados à experimentação e à aprendizagem ativa."
Por sua vez, o professor Paulo Bandiera-Paiva, chefe do Departamento de Informática em Saúde, ressalta que a iniciativa reforça o compromisso da EPM/Unifesp com a promoção de parcerias acadêmicas que impulsionam a inovação em saúde e ampliam as possibilidades formativas para estudantes e pesquisadores.
Próximos passos
A visita foi considerada um importante passo para fortalecer a interdisciplinaridade entre bioengenharia e saúde e estimular a criação de soluções inovadoras para o cuidado em saúde. As equipes agora estudam a formalização da parceria e a definição de projetos-piloto que poderão ser desenvolvidos em conjunto.